COMO LANÇAR A ENTRADA DE DINHEIRO QUANDO O SÓCIO EMPRESTA PARA A EMPRESA.

Vamos supor que o sócio emprestou R$ 5.000,00, transferindo o dinheiro, da pessoa física para a conta da pessoa jurídica, para socorrer o fluxo de caixa neste dia. Como lançar esta entrada de dinheiro, para poder a qualquer momento, saber quanto a pessoa jurídica deve, para a pessoa física, para cada sócio.

Neste exemplo de R$ 5.000,00, o lançamento fica: debita a entrada de R$ 5.000,00 reais na conta banco da pessoa jurídica, e credita a conta empréstimo a pagar para sócio 1, ou de forma simplificada vamos chamar esta conta de:  “Sócio 1 a pagar”. Se você não tiver esta conta, pode abrir uma no seu contas a pagar, na tabela de fornecedores, e passar a tratar cada sócio como um fornecedor, de dinheiro, neste caso. E se achar melhor, pode também, abrir uma conta contábil, no seu plano de contas, no grupo dos empréstimos, talvez um subgrupo sócios, e atribuir um código contábil para cada sócio. Assim, você terá um código de fornecedor para cada sócio, atrelado a um código especifico no plano de contas. Se não quiser abrir uma conta no plano de contas, pode ficar só com código do fornecedor.

Agora vamos ver, como fica o cálculo do juro sobre o valor emprestado. Você abre uma planilha eletrônica, contendo uma coluna para data, outra coluna para histórico, uma coluna para a porcentagem diária do juro, outra coluna para o valor diário do juro, uma coluna para o valor, de entrada e de saída em negativo, e uma última coluna para saldo.

Acho melhor adotar a porcentagem do juro diário, digamos que o combinado foi de 1% ao mês, então tira raiz de 30 e já adota 0,034% ao dia, incluindo sábado, domingo, tudo. Fica bem mais fácil para atualizar a planilha. Então, o cálculo fica assim; vamos supor que os R$ 5.000,00, entrou no 1º dia do mês, o saldo de fechamento do 1º dia, será de R$ 5.000,00. No 2º dia, calcula os 0,034% de juro que dá R$ 1,70, e fecha o saldo do 2º dia com R$ 5.001,70.

No 3º dia, a fórmula calcula os mesmos 0,034% sobre o saldo de R$ 5.001,70, que dá R$ 1,70 e fecha o saldo do 3º dia com R$ 5.003,40, e assim por diante. Quando termina o mês, pode fazer um único lançamento de juros, no caso a soma de valor da coluna juros, de R$ 49,53, debita a conta Despesa de juro, no grupo da conta Despesas Financeiras, e credita o fornecedor “Sócio 1 a pagar”.

Note que neste momento, aqueles R$ 5.000,00 que devia no começo do mês, passou a dever R$ 5.049,53. Se o sócio não cobrar juro, basta dispensar este controle. Quando tem só um sócio, geralmente não dá problema, mas, se tiver mais de um sócio envolvido, recomendável fazer o cálculo de juro, para evitar discussões futuras.

No fluxo de caixa, esta entrada de R$ 5.000,00 no 1º dia, cuidado para não misturar com receita de faturamento. O dinheiro do empréstimo deve ficar lá embaixo, depois do fluxo operacional, onde neste dia deve estar apresentando saldo negativo, por isso o socorro vindo da pessoa física. Então o fluxo de caixa fica, digamos a entrada neste dia de R$ 10 mil vindo do faturamento, e pagamentos saindo, digamos no valor de R$ 14 mil, com o caixa apresentando saldo negativo de R$ 4 mil. Na linha seguinte, é que entra os R$ 5.000,00 do empréstimo, assim, o fluxo de caixa deste dia, termina com saldo de mil reais.

Agora, vamos supor que no mês seguinte, a pessoa jurídica já tenha condições, e devolveu R$ 2 mil destes R$ 5 mil para o sócio 1. Como fica o lançamento? Primeiro, vamos atualizar o saldo para final do primeiro mês, com o acréscimo de juro, o saldo do fornecedor “Sócio 1 a pagar” deve estar fechando em R$ 5.049,53. Aqui vai uma dica, na planilha adote o arredondamento de centavos para 2 casas, com a fórmula: =ARRED(B10;2), para desprezar a 3ª casa em diante. Isto evita que gere a incômoda diferença de centavos.

Muito bem, agora vamos até final do segundo mês, para o dia da amortização de R$ 2 mil. No segundo mês, o juro foi no valor de R$ 51,76, que deve ser lançado no sistema, debitando Despesa de juro, no grupo da conta Despesas Financeiras, e credita o fornecedor “Sócio 1 a pagar”. Com este 2º lançamento, o saldo do fornecedor “Sócio 1 a pagar” deve estar agora em R$ 5.101,29. Agora, vamos amortizar os R$ 2 mil, creditando a conta banco que saiu o dinheiro e debita o fornecedor “Sócio 1 a pagar”. Após amortização deve ter restado o saldo de R$ 3.101,29 para o fornecedor “Sócio 1 a pagar”.

Agora, para finalizar, vamos supor que ao final do 3º mês, a pessoa jurídica tenha liquidado todo o empréstimo. O juro do 3º mês somou R$ 31,78, sobre o saldo inicial de R$ 3.101,29. Debita a Despesa de juro, no valor de R$ 31,78, no grupo da conta Despesas Financeiras, e credita o fornecedor “Sócio 1 a pagar”, que agora deve ter acumulado o saldo de R$ 3.133,07. Para liquidar o saldo, basta fazer o pagamento de R$ 3.133,07, credita a conta banco, para dar saída de dinheiro, e na contrapartida debita o fornecedor “Sócio 1 a pagar”, que ficará zerado.

Fazer o controle do saldo de cada sócio, permite agir corretamente como ser humano, você caminha na direção da verdade, com paz no coração.

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https://youtu.be/kYYqOhiSScc