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CUSTO INVISÍVEL: O VILÃO QUE SABOTA SEUS LUCROS SORRATEIRAMENTE, SEM FAZER BARULHO

  • custoseganhosconsu
  • 26 de ago.
  • 4 min de leitura

Todo empreendedor sabe o quanto é difícil controlar os custos em um negócio. Mas o que poucos percebem é que parte do prejuízo vem escondido, fora dos preços que aparecem na nota fiscal, e acontecem sorrateiramente nos detalhes muito difíceis de serem percebidos, nos chamados custos invisíveis.


Esses custos invisíveis ocorrem quando a matéria-prima sofre alguma perda, variação ou distorção entre o momento da compra e o momento do uso real na produção. Eles nem chegam a ser lançados no sistema, tão pouco aparecem no extrato bancário, mas corroem lentamente a margem de lucro.


Vamos ver como isso acontece, por exemplo, no segmento têxtil. Na indústria da confecção, a matéria prima principal, o tecido, é comercializado em peso, em reais por quilo. Enquanto o corte e a costura são feitas em metros quadrados. Um tecido com espessura de digamos, 100 gramas por metro quadrado, é esperado render 10 m² a cada quilo comprado. Mas se o fornecedor entregar com gramatura média de 110 gramas por metro quadrado, aquele mesmo tecido passa a render apenas 9,1 m².


O tecido está mais pesado, e isso se torna desvantagem para o confeccionista. Significa que ele terá menos metros quadrados úteis para produzir. Se antes fazia 10 camisetas por quilo, agora faz 9. E o custo por unidade sobe, silenciosamente.


Num outro caso, no segmento da Agroindústria, a variação da umidade do ar, é um fator importante no peso. Na colheita de milho, por exemplo, o peso do grão varia conforme a umidade do ar. Se for colhido num dia mais úmido, o grão “pesará mais” devido à água que carrega. Se for transportado para uma região mais seca, portanto com menor umidade, essa umidade evapora, sendo sugado pelo ar, daí, o grão seca e perde peso.


O caminhão que saiu da fazenda com 30 toneladas pode chegar ao destino com apenas 29 toneladas, fora o que caiu no caminho. A nota fiscal de saída foi emitida com 30 toneladas, mas na entrega real, o peso pode ser outra. Resultado: prejuízo invisível.

 

No setor de construção civil, quem compra areia a granel, sabe que a quantidade entregue é medida em metros cúbicos. Mas se a areia estiver molhada, ela pesa mais. O volume parece o mesmo, mas na prática, a empresa está comprando água junto.


No segmento alimentício, na compra de carnes, especialmente cortes bovinos ou suínos com pele, os custos invisíveis são a gordura em excesso, o sangue que escorre ao descongelar, a pele que é retirada, tudo isso representa peso que a adquirente pagou, mas que não vira produto final.

 

Já no caso do arroz, ao cozinhar, cada 1 quilo de matéria prima cru, vira 2,75 quilos depois de pronto. Que é o peso que será comercializado, no caso de restaurante por quilo. Nesse caso, será receita invisível, um ganho em relação ao valor pago. Então, um saco de 5 kg de arroz cru, pode virar 13 kg de arroz cozido. Considerando que os 13 kg sejam vendidos ao preço de R$ 70 reais por kg, este poderia render até R$ 910,00 enquanto o custo de aquisição foi de 20,00. Ou seja, um mark-up de 45 vezes.


No segmento de padarias e confeitarias, ao manejar a farinha, o pó fino que fica suspenso no ar, é de difícil mensuração, porém, ocorrendo isso todos os dias, fisicamente o estoque da farinha, vai se perdendo. Quem trabalha com pó fino, sabe que essas pequenas gramaturas suspensas no ar, ao longo do tempo, acabam gerando perdas que precisam ser acertadas como diferença de estoque. Mais um custo invisível.

 

Como lidar com o custo invisível? Por ser um custo que passa despercebido, a melhor forma de lidar com o custo invisível é visitar o local, para olhar de perto, as ocorrências reais da operação.


Apesar de ser invisível, sabemos que este custo existe. Então, ao invés de tentar eliminar, melhor aprender a conviver, criando uma faixa de tolerância no custo, um coeficiente para ser aplicado, continuamente. Se era para conseguir 100 unidades a partir de um lote de insumo, e na prática está conseguindo 95, seu coeficiente é 1,0526

 

Avalie com frequência quantos produtos finais está conseguindo fazer com cada insumo comprado. Dividindo o custo total pelo número real de unidades produzidas e recalcular o custo até saber por experiência própria, o quanto de ajuste precisa aplicar. Pode adotar o sistema de testes periódicos, separando um lote de amostragem e medir o coeficiente de perda. Pode criar uma pequena base de dados interna, para este fim.


Recomendamos terem método interno próprio para verificação da qualidade antes de aceitar descarregar o insumo. Precisa acima de tudo sinalizar para o fornecedor, que sua empresa tem inspeção, pois o fornecedor costuma direcionar a entrega, de produtos com problemas, para clientes que recebem sem fazer a inspeção.

 

Embora este custo seja invisível, a demonstração de resultado, mostra o quanto está pagando na aquisição dos insumos, e quanto está gerando de receita. Quando dividir a receita pelo custo, você tem o coeficiente financeiro, que significa quanto de receita está obtendo para cada um real de custo incorrido. Você tem de conferir constantemente, que o coeficiente da produção, esteja melhor do que o seu coeficiente financeiro. Aí você estará coberto.


Aqueles que desenvolvem essa visão conseguem ajustar seus processos, corrigir seus desvios, proteger sua margem de lucro e assim multiplicar o seu patrimônio. Se continua vendendo muito e lucrando pouco, é provável que o seu coeficiente do custo invisível, esteja menor do que o coeficiente financeiro, da demonstração de resultado.

 

Se você precisa de ajuda para identificar esses custos ocultos no seu negócio e ajustar seus processos, conte com especialista em custos.



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