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PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS ou PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA

  • custoseganhosconsu
  • 7 de mai. de 2024
  • 3 min de leitura

Em qualquer negócio que envolva vendas a prazo para clientes, há o risco de eventualmente não receber, começando pelo atraso e podendo se prolongar até o calote. Isso sempre ocorreu e sempre ocorrerá, pois é inerente ao negócio. O esforço para minimizar esse risco envolve melhorar o filtro de aprovação de crédito, mas ficar obcecado com a busca por um risco zero de inadimplência não é viável. Isso acaba saindo mais caro do que aceitar o risco e incorporar essa porcentagem no preço

 

Como calcular, então, a porcentagem da inadimplência para a provisão de devedores duvidosos, ou provisão para créditos de liquidação duvidosa, ou ainda perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa, popularmente conhecidas como risco de calote?

 

O meio mais fácil para determinar a porcentagem é extrair do sistema o valor das faturas que estão em atraso e dividir pelo valor total que deveria ter sido recebido. Simples. Uma fatura não paga até 90 dias é considerada atrasada, e somente após um atraso superior a 90 dias é que ela finalmente se torna inadimplente. Então, para extrair a porcentagem de inadimplência, o período recomendado seria, por exemplo, em abril, puxar o período de janeiro a dezembro do ano anterior. Em maio, puxar de fevereiro do ano anterior a janeiro deste ano. E assim por diante.

 

Não precisa complicar tentando encontrar quanto falta receber das notas emitidas no ano de 2023, por exemplo. Basta extrair as faturas que venceram entre 1º de janeiro e 31 de dezembro daquele ano, independente da emissão; seriam as faturas que, se todos os clientes tivessem pago, estariam zeradas. Vamos supor que, do total de, digamos, R$ 2 milhões que venceram no período, ainda estejam faltando R$ 30 mil em aberto. Os R$ 30 mil divididos por 2 milhões seriam 1,5%. Portanto, conclui-se que o risco provável de calote é de 1,5% do faturamento.

 

Pode-se extrair essa porcentagem também de outros anos anteriores para saber se há alguma uniformidade. Aliás, um administrador sabe qual a porcentagem de perda de cada ano, acompanha os clientes que acabam não conseguindo pagar, até para não cair na armadilha de dar uma escorregada e continuar vendendo para aqueles que não estão pagando.

 

Uma vez calculada a porcentagem de inadimplência, agora é fazer o lançamento mensal nas despesas, assumindo no resultado a provisão para devedores duvidosos. Veja, ainda não é uma despesa efetivamente ocorrida, mas é permitido pela legislação fazer essa 'antecipação', por assim dizer, para que no resultado já estejam refletidas as perdas que normalmente ocorrem. Você debita a conta Despesa com Provisão para Devedores Duvidosos, e credita a conta Provisão para Devedores Duvidosos, no grupo do ativo circulante, numa conta redutora da conta clientes a receber.

 

Então, neste caso, todos os meses, 1,5% do faturamento será provisionado como despesa, e isso vai acumulando mês a mês. Quando chegar em dezembro, você terá provisionado 1,5% de tudo que faturou, digamos R$ 2,5 milhões. Então, a despesa com provisão para devedores duvidosos deve estar em R$ 37,5 mil. Se o seu atraso real estiver menor do que este valor, a sua provável perda estará coberta. Porém, se o seu atraso estiver, digamos, em R$ 50 mil, então deve trabalhar para recuperar os R$ 12,5 mil que faltam. O ganancioso olha para os R$ 50 mil e se esforça para receber os 100%, mas a chave está em trabalhar para recuperar não os R$ 50 mil, mas sim escolher dentre os R$ 50 mil os R$ 12,5 mil que têm melhores chances de serem recebidos e atuar sobre eles até conseguir trazer para o parâmetro dos 1,5%. A partir daí, o que receber será lucro.

 

Isso proporciona uma liberdade para trabalhar que não tem preço. O responsável pela liberação de crédito agora tem um parâmetro para se balizar. Se o calote estiver subindo, ele entende que deve aumentar o rigor na liberação. Se o calote estiver dentro do permitido na provisão, ele deve apenas manter o nível de rigor e focar em aumentar as vendas. Ao mesmo tempo, o responsável pela cobrança, geralmente a mesma pessoa que libera o crédito, intensifica os esforços na recuperação de créditos, se estiver acima da faixa determinada pela empresa. Ter esses parâmetros permite avaliar se o trabalho está gerando bons resultados, promovendo autocontrole, liberdade e responsabilidade, essenciais para a construção da cultura corporativa ao longo do tempo.



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