OPORTUNIDADE DE GANHO EM RENDA VARIÁVEL

Após vivermos uma fase de crescimento econômico e euforia nos primeiros quinze anos deste terceiro milênio, mergulhamos em uma longa fase de recessão, obrigando muitas empresas a encerrarem suas atividades e colocando milhões de trabalhadores na fila do desemprego.

Qual é o lado bom disso? O lado bom é que quando passamos por fases dolorosas, aprendemos a ser mais fortes, a valorizar as pequenas coisas e a cuidar melhor dos recursos que são limitados.

Em quase cinco anos de atividade lenta o Brasil passou por muitas coisas: tirou um presidente da república, elegeu um novo, a lei da reforma trabalhista foi aprovada, a reforma da previdência está quase concluída, o juro Selic está provavelmente no nível mais baixo da história e a inflação está em patamares de países civilizados, o que significa um menor custo no financiamento da dívida pública.

Além desses exemplos citados, uma lição que o governo vem executando silenciosamente é o limite no teto de gastos que está congelado e é reajustado apenas pela inflação. Em alguns Estados o déficit alcançou o salário dos servidores, o que é muito ruim para quem está passando por isso, mas por outro lado é muito bom porque mostra a incoerência da relação entre o que o Estado arrecada e o que ele tem de gasto.

Por conta da fraca atividade econômica, as indústrias estão com capacidade ociosa, prontas para entrar em produção assim que a demanda der sinais de aquecimento. E a proporção desta ociosidade é suficiente para alimentar a produção da retomada econômica por vários anos, o que minimiza o risco da inflação voltar. O que significa que o país está preparado para um crescimento com inflação controlada.

Além disso, com a atual taxa de juros, o rendimento sobre a aplicação financeira está muito baixo e na medida com que os poupadores começarem a se dar conta de que suas reservas não estão repondo sequer a inflação deverá ocorrer uma migração do capital, sendo uma parte para o consumo e outra parte para buscar uma renda variável. Isso porque, embora haja um risco maior, a rentabilidade também é maior.

E em determinado momento o movimento de migração poderá se tornar em uma corrida de manada, onde um realimenta o outro. Da mesma forma com que o investimento em ações, em fundos de ações e imobiliários, provocará uma valorização que atrairá mais investidores.

Por isso, se o país tem demanda reprimida e capacidade ociosa, então está diante de uma convergência de fatores favoráveis a uma retomada econômica nos próximos anos. Assim, quem aproveitar esse momento para tomada de decisões e agir irá agradecer no futuro. Caso contrário, irá contabilizar o custo de oportunidade perdida mais tarde.

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