O CUSTO DO ALIMENTO BARATO NO BRASIL
- custoseganhosconsu
- 16 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2022
O desperdício de alimento no Brasil ainda é muito grande e significativo, desde a colheita até a mesa do consumidor, de forma que seria possível alimentar todas as pessoas que estão na linha abaixo da pobreza.
Para se ter uma ideia da quantidade, as máquinas que colhem milho ainda no campo, por exemplo, deixam escapar alguns que caem na terra. Depois, no transporte, os caminhões graneleiros deixam cair mais uma quantidade na beira da estrada e, na etapa final há o desperdício do almoço e jantar, que mesmo quando são reaproveitados, muitas vezes há grande desperdício.
Isso acontece porque existe o hábito de “jogar fora” a sobra, começando pela etiqueta na mesa que recomenda deixar a sobra no prato para mostrar que ficou satisfeito. Diferente da cultura oriental, que come até o último grão de arroz como educação.
No Brasil, quem tem um pé de fruta no quintal sabe que quando amadurece a fruta cai e apodrece. Assim, a família consome o que dá, e acaba sobrando, inevitavelmente, tamanha é a generosidade da natureza.
Por isso, na minha opinião, o melhor remédio para educar a população a elevar a consciência sobre o alimento é o preço. Isso mesmo, o alimento no Brasil, e no mundo, está muito barato. Se o alimento custasse mais ou valesse mais, as pessoas iriam dar mais valor e ficariam com dó de jogar fora. Você já ouviu falar, por exemplo, de alguém que jogou fora a sobra de caviar? Sabe por que não? Porque é muito caro para se jogar fora.
Há pouco mais de 60 anos, por volta da década de 1960, uma caixa de tomate chegou a valer um salário. A plantação de verduras era tão escassa que custava muito alto e, por isso, não era qualquer um que conseguia comprar.
Estudos mostram que certamente chegará um dia em que a terra será insuficiente para produzir alimento em quantidade para todo mundo. Nessa circunstância o preço poderá se elevar gradativamente e aí sim a consciência sobre a importância dos alimentos baterá na cabeça de mais gente.
Nesse sentido, a população que hoje já está passando fome, está na frente aprendendo essa lição. Enquanto a população que hoje tem o que comer e está desperdiçando, ainda irá aprender essa valiosa lição e passará a agradecer pelo alimento, de forma a reduzir a zero o desperdício.
Na verdade, tudo que estamos vivendo são aprendizados. Tanto a fome como a obesidade, são lições da nossa alma que aprende na dor o que acontece quando desrespeitamos a natureza e insistimos no pecado da gula. Mas está bem, todos estão bem, longe de julgar quem está certo ou quem está errado, todos estamos aprendendo, e nada seria de se estranhar, em observar tanto quem engorda quanto quem passa fome.
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