NINGUÉM É MAIS PERIGOSO DO QUE A PESSOA DE CONFIANÇA
- custoseganhosconsu
- 10 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2022
Em quase todas as organizações, de todos os portes, sempre teve e sempre terá o tal “funcionário de confiança”. Confiança essa que vai se adquirindo com o passar do tempo, onde o relacionamento vai se estreitando e na medida em que as atitudes correspondem a seus valores a confiança vai aumentado.
No entanto, as maiores decepções vêm justamente desta pessoa de confiança. É o porteiro que trabalha há muito tempo na empresa e que em um momento de desespero ou de indiferença acaba facilitando o roubo. Às vezes é o funcionário do financeiro que decepciona, pois justamente o guardião do dinheiro é flagrado carregando o dinheiro. Às vezes é o sócio da empresa, que começou junto lá do início, que decepciona.
E, por que isso acontece? Por que a pessoa de confiança se torna um perigo? Acredito que seja justamente pela confiança, pois com o passar do tempo as pessoas desligam o “radar da vigilância” para as pessoas em que confiam. Isso porque acreditam que confiar e acreditar está atrelado a não desconfiar, como se um anulasse o outro.
A maioria das pessoas que sofreu alguma decepção deve ter, provavelmente, cometido o pecado do “abandono”. Ou seja, depois que a confiança é estabelecida, a pessoa confia tanto que “abandona” tudo na mão da pessoa de confiança. E, com o tempo vai confiando cada vez mais e transferindo mais responsabilidades, sufocando-a.
Ao mesmo tempo em que a pessoa de confiança começa a sentir que só ela trabalha enquanto os outros desfrutam. E, conforme esse nível de insatisfação cresce, os valores começam a ser postos em prova. Assim, um dia a oportunidade se sobrepõe a fraqueza e a pessoa acaba decepcionando quem depositou tanta confiança.
Já reparou que na maioria dos casos em que há quebra de confiança sempre há um comentário carregado de surpresa e indignação como “nossa, não esperava isso de fulano”?
Por isso, quando uma pessoa deposita confiança em alguém, deve fazer de tudo para que ela não caia nas armadilhas do pecado. Para isso, é importante criar um mecanismo de monitoramento para tornar transparente todas as movimentações que ocorrem. No caso do dinheiro, por exemplo, basta um livro caixa, eletrônico ou em papel, que registre o que entra e o que sai, de forma que o saldo deve ser contado e batido todos os dias. Assim, irá amparar tanto a pessoa de confiança quanto a pessoa que confia contra os ataques de oportunismos.
Não é necessário desconfiar o tempo inteiro, mas uma coisa é confiar cegamente, outra coisa é confiar a função, a execução de um trabalho.
Assim, só a metodologia ainda não é o suficiente. Além do método, também é necessário acompanhar regularmente o nível de insatisfação do funcionário de confiança. Pode ser através de uma conversa informal e trivial. O importante é ouvir a pessoa. Esse é o caminho mais curto para evitar decepções da pessoa de confiança.
Muitas pessoas se decepcionam com a pessoa de confiança porque esse cuidado é muito difícil e trabalhoso nos dias de hoje. Contudo, quem negligencia esses cuidados emocionais e opta apenas em confiar sabe, lá no fundo, que falhou. Pode até culpar a pessoa de confiança, mas o caminho mais curto é admitir que a culpa é de quem sofreu o prejuízo. De quem mais?

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