CUSTO FIXO E DESPESA FIXA: DISCIPLINA CONTÍNUA PARA RESULTADOS SÓLIDOS
- custoseganhosconsu
- 10 de set.
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Na gestão financeira, entender os componentes que impactam a lucratividade é muito importante. Enquanto muitos se concentram na busca da receita, há um pilar silencioso, mas poderoso, que exige atenção constante e disciplina rigorosa: o Custo Fixo e a Despesa Fixa. Mergulhar na essência desses gastos é essencial para qualquer negócio que busca assegurar um resultado operacional saudável.
A Armadilha da Prosperidade: relaxar o rigor com os Gastos Fixos
Um cenário recorrente em muitas empresas: quando os tempos são prósperos e o fluxo de caixa abundante, uma tendência natural se instala, levando a um relaxamento na vigilância sobre os Gastos Fixos. A percepção que se instala é que, diante de recursos superavitários, o pagamento das contas ocorrendo sem preocupação, essa postura, que emerge no alto, propaga-se de maneira inevitável pela hierarquia abaixo, por toda a organização.
Lentamente vai se estabelecendo uma cultura do "gaste à vontade", que pouco a pouco se consolida como um hábito. Inicia-se com pequenas despesas, que vai aumentando gradativamente, numa lista infindável de despesas que, uma vez introduzidas, dificilmente tem retrocesso. Com o passar do tempo, esses modestos incrementos, se transformam em pesada carga no custo operacional impactando a margem de lucratividade.
Desvendando os "Gastos Fixos": os Custos e as Despesas
A terminologia contábil, por vezes, gera confusão. O termo "Custos Fixos" é amplamente utilizado, mas na prática, ele frequentemente engloba as "Despesas Fixas". Para uma compreensão mais abrangente, podemos adotar a expressão "Gastos Fixos", que reúne tanto os Custos quanto as Despesas de natureza fixa. Ambos representam um desembolso de dinheiro da empresa.
Tecnicamente, os Custos Fixos são atribuíveis aos produtos ou serviços. Enquanto que as Despesas Fixas são gastos de apoio administrativo. Os gastos fixos têm como característica, valores que independem da produção ou da venda de produtos ou serviço. E é justamente aí que mora uma das maiores dificuldades, de quais serão classificados como custos fixos da produção e quais serão classificadas como despesas fixas da administração. A título de exemplo, o aluguel é um gasto fixo. O aluguel onde opera a fábrica, seria custo fixo, enquanto a área utilizada pela administração seria despesa fixa.
Na contabilidade gerencial, para efeito de apuração da margem de contribuição, costuma se adotar o termo gastos fixos, referindo tanto a custos fixos quanto a despesas fixas. São classificados como gastos fixos, as contas com; água, luz, telefone, aluguel, material de escritório, produtos de limpeza, honorários com contabilidade, honorários com advogados, seguros, correios, combustível, pedágio, estacionamento, gastos em marketing, manutenção e tantos outros gastos.
A Necessidade de uma "Mão de Ferro" e uma Cultura Consciente
Manter um controle firme e diligente sobre os gastos fixos é primordial para a sustentabilidade de qualquer empreendimento. Este controle transcende a simples aplicação de cortes pontuais; ele se manifesta na edificação de uma cultura corporativa onde a consciência sobre os gastos fixos é amplamente valorizada e praticada por todos os colaboradores, começando pelo presidente da empresa.
Numa empresa que administra bem seus gastos fixos, os valores permanecem estáveis e previsíveis, na demonstração mensal, refletindo uma gestão eficiente. Em contraste, empresas que gerenciam seus gastos fixos de forma deficiente, exibem uma notável volatilidade mensal, com flutuações que escapam a um bom planejamento e monitoramento de resultados.
O Perigo Silencioso dos "Gastos Miúdos"
A atenção gerencial tende, naturalmente, a se voltar para os gastos de maior montante, os chamados "gastos graúdos". Por uma boa razão, dado o impacto imediato que podem causar no orçamento. Contudo, o perigo, muitas vezes, espreita nos "gastos miúdos". Trata-se daquelas pequenas despesas diárias que, individualmente, parecem insignificantes. Entretanto, assim como a persistência de gotas d'água, pode esvaziar um reservatório inteiro, a soma desses pequenos desembolsos ao longo do tempo, resulta em valores consideráveis.
Para mitigar essa armadilha, especialistas na área de custos, recomendam destinar uma pessoa ou equipe para monitorar os gastos "graúdos", e outra, com um perfil mais detalhista e crítico, que encontre satisfação em supervisionar os gastos miúdos. Esse especialista dos detalhes, que se deleita com os pormenores, torna-se uma valiosa sentinela de gastos, contribuindo na edificação da cultura corporativa, a consciência de custos.
Monitoramento Proativo: A Análise Mês a Mês
A chave para manter o pulso sobre os gastos fixos reside em um método de monitoramento. A análise comparativa mês a mês, organizada por tipo de conta ou por natureza da despesa, revela rapidamente as variações. Esse método permite identificar tendências de aumento, antes que se tornem um problema de grandes proporções, possibilitando corrigir a tempo. Ao visualizar a trajetória de cada item de gasto, a gestão obtém dados valiosos para a correção de rota, constante e contínua.
Conclusão: A Disciplina contínua que Edifica a Lucratividade no longo prazo.
Gerenciar os gastos Fixos com eficiência, implica cultivar uma disciplina contínua e uma vigilância que impede a gradual fuga da rota da lucratividade. Uma cultura empresarial consciente de custos, a atenção minuciosa aos detalhes, a distinção entre gastos de grande e pequeno porte, e um sistema de monitoramento consistente são os pilares para construir uma base financeira sólida e duradoura para sua empresa. A verdadeira prosperidade se sustenta, na paciência de administrar com sabedoria, é fazer bem feito o básico.
Se você precisa de ajuda para classificar os custos fixos e as despesas fixas, no seu negócio para ajustar seus processos, procure a experiência de um especialista em custos.
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