CUSTO BOM E CUSTO RUIM

Na sociedade e nas empresas o custo é sempre visto como algo ruim. Prova disso é que em tempos de dificuldade a primeira coisa que se faz é se esforçar para cortar os custos. Isso sempre foi assim e provavelmente sempre será.

Entretanto, diferente do que muitos acreditam e praticam nas empresas, o custo, apesar do nome, pode ser bom. Afinal, para uma empresa ganhar dinheiro precisa, necessariamente, arcar primeiro com os custos como o custo para adquirir as mercadorias, o custo para adquirir materiais, o custo para transformar os produtos e para poder entregar para seus clientes.

Para exemplificar, vamos supor que uma empresa tenha o custo de R$100,00 na aquisição de materiais, R$50,00 para transformar em produto e a empresa vende para o cliente o produto por R$300,00, que por sua vez paga o preço feliz pela qualidade do trabalho. Um custo que inicialmente era de R$150,00 gerou um ganho de R$300,00, então se a empresa produzir dez peças desse produto geraria um ganho de R$3.000 contra um custo de R$1.500. Assim, quanto mais incorrer o custo maior será o ganho para a empresa. Por isso é classificado como um custo bom.

Por outro lado, uma outra empresa pode adquirir os mesmos R$100 de custo, adicionar o mesmo valor de R$50 para transformar o material em produto e conseguir vender por R$200, por considerar que o dobro do custo de aquisição é uma boa margem. No entanto, é necessário subtrair do valor gerado os impostos e as despesas de vendas como frete e comissões, que levam uma parte da margem, os custos fixos e outras despesas como as prestações de empréstimos. No fim, ao colocar na ponta do lápis, acaba não sobrando nada dos R$200 pela venda do produto.

Entretanto, por ordem do destino, suponhamos que esta empresa recebeu um pedido de 1.000 peças. Além de gerar um bom faturamento é possível quitar todas as contas acumuladas com o dinheiro, certo? Errado! Pois para entregar as 1.000 peças do pedido, novos compromissos foram assumidos. Neste caso, quanto mais vender pior fica a situação, porque a cada peça vendida o custo ruim gera mais dívidas e com o tempo vai avolumando, pouco a pouco, até se transformar em uma bola de neve.

Por isso, para garantir a prosperidade da sua empresa é fundamental ter controle para identificar os custos, saber escolher entre o que vale a pena e o que deve ser corrigido e assim pisar no acelerador dos custos bons e pisar no freio dos custos ruins.

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