COOPERATIVA DE CRÉDITO SICREDI, ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DE SOBRAS 2023
- custoseganhosconsu
- 27 de mar. de 2024
- 3 min de leitura
Este texto apresenta a análise da Demonstração de Sobras e Destinação das Sobras de 2023, da Sicredi, Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Vale do Piquiri Abcd - Sicredi Vale do Piquiri ABCD PR/SP, com base nas “Demonstrações Financeiras 2023” publicada em 26 de fevereiro de 2024 no site www.sicredi.com.br.
Vamos começar com a Demonstração de Sobras. Na seção de Receitas, a primeira linha mostra a receita de Operações de Crédito, totalizando R$ 928.455 mil, o que corresponde a 65% do Total de Receitas. Em seguida, as Rendas Financeiras aparecem com R$ 338.007 mil, representando 23,5% do Total de Receitas. A terceira linha traz as Receitas de Prestação de Serviço, somando R$ 167.330 mil, ou seja, 11,6% do Total de Receitas.

Na quarta linha, temos as Outras Receitas Operacionais, com R$ 4.322 mil, correspondendo a 0,3% do total. Houve também uma dedução de R$ -3.077 mil referente às Sobras Não Operacionais, o que representa 0,21% do Total de Receitas. Por fim, o Resultado de Participações somou R$ 2.935 mil ou 0,2% do Total de Receitas. Assim, o Total de Receitas fechou com R$ 1.437.973 mil.
Na seção de Despesas, a primeira linha apresenta a conta Despesas de Depósitos a Prazo, totalizando R$ 507.213 mil, o que representa 35% do Total de Receitas. Na segunda linha, temos as Despesas de Empréstimos e Repasses, com R$ 151.624 mil, correspondendo a 10,5% do Total de Receitas. Na terceira linha, aparece a conta Despesas Diretas, com R$ 25.322 mil ou 1,76% do Total de Receitas.
Em seguida, na quarta linha, temos as Despesas Administrativas, totalizando R$ 411.914 mil, o que corresponde a 28,65% do Total de Receitas. E na quinta linha, encontramos as Despesas de PCLD, o tal de provisão para créditos de liquidação duvidosa, somando R$ 181.536 mil, representando 12,62% do Total de Receitas. Assim, o Total de Despesas atingiu R$ 1.277.612 mil, correspondendo a 88,85% do Total de Receitas, gerando um superávit de R$ 160.361 mil, equivalente a 11,15% do Total de Receitas, denominado pela Sicredi como “Sobras 2023”.
Por ser uma cooperativa, ela não utiliza o termo “lucro”, mas sim “sobras”. O termo bastante comum para entidades sem fins lucrativos é “superávit”, utilizado para se referir ao resultado.
Agora, vamos analisar a Destinação das Sobras, que é o ponto forte da Cooperativa. Enquanto nos bancos comerciais o lucro é distribuído entre os acionistas, na cooperativa as sobras são distribuídas entre os cooperados, chamados de associados. Os clientes da cooperativa de crédito, ao abrir a conta, tornam-se associados, adquirindo a cota capital, que pode ser a partir de um valor simbólico como R$ 100,00 e chegar a valores mais altos, de acordo com o desejo de cada cooperado.

O total de R$ 160.361 mil das sobras do exercício foi distribuído da seguinte maneira: R$ 44.746 mil, ou cerca de 27,9% desse montante, foram destinados à remuneração do capital, resultando em uma sobra líquida de R$ 115.614 mil. Desse valor, 5%, equivalentes a R$ 5.780 mil, foram alocados ao FATES, Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social, enquanto 65% ou R$ 75.149 mil, foram retidos para a Reserva Legal. Assim, chegamos a um montante de R$ 34.684 mil de Sobras à disposição do AGO, Assembleia Geral Ordinária, o que representa 30% das sobras após juros ao capital.
Quanto aos critérios para a distribuição desses R$ 34.684 mil, 30% baseiam-se no saldo das aplicações para os cooperados cotistas com investimentos; 10% no saldo médio mantido em conta corrente; 30% nos juros pagos pelos cooperados cotistas que tomaram empréstimos no ano anterior; e os restantes 30% de acordo com a movimentação em outros produtos, serviços e cartões.
Este modelo de distribuição é particularmente notável por buscar um equilíbrio entre aplicadores e tomadores de recursos, evitando favorecer exclusivamente os aplicadores, que normalmente recebem tratamento preferencial. Essa abordagem reforça o compromisso da cooperativa com a justiça e a equidade, assegurando que todos os membros, independentemente de sua contribuição financeira, se beneficiem de forma proporcional aos seus envolvimentos.
Este princípio de mutualidade não apenas fortalece a coesão interna, mas também sublinha o valor intrínseco de uma cooperativa de crédito: promover o bem-estar econômico e social de todos os seus membros. Encerramos esta análise reforçando a força do modelo cooperativo, que, ao centrar-se nas pessoas em vez do lucro puro, traça um caminho sustentável e inclusivo para o desenvolvimento financeiro.
Muito obrigado.
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