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ATRASO NO PAGAMENTO DE IMPOSTOS: PARA QUE MANTER OS LANÇAMENTOS NO SISTEMA?

  • custoseganhosconsu
  • 7 de jul.
  • 3 min de leitura

O atraso no pagamento das contas, faz parte da realidade de muitas empresas, especialmente em momentos de aperto no fluxo de caixa. Entre as contas mais frequentemente postergadas estão os impostos, como: o Simples, o ICMS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e IPI. Seja em empresas do Simples Nacional, seja no Lucro Presumido ou Lucro Real, é comum que o Governo acabe servindo como “financiador informal” quando o dinheiro falta, uma forma rápida de aliviar a pressão de compromissos mais urgentes.

 

No entanto, mais preocupante do que o atraso em si é o hábito que se forma em torno dele. Tem empresas que, de tanto se acostumarem a atrasar pagamentos, deixam de registrar essas obrigações no sistema. O título em aberto, simplesmente fica fora do sistema, seja por conveniência, seja para que o fluxo de caixa mostre apenas o que realmente está sendo pago.

 

Esse tipo de prática pode levar a perda de controle como; quais títulos estão atrasados, qual a soma do montante, está ficando atrasado. E uma empresa que acostuma com este hábito, pode sem querer, ou sem perceber, instituir a cultura do “dane-se”, onde as informações deixam de refletir a realidade, e o setor financeiro vira uma espécie de zona cinzenta, sem regras claras.

 

A orientação correta seria: todo gasto vencido precisa manter registrado no sistema, independente do pagamento tenha sido feito. O título deve constar no Contas a pagar, no seu vencimento, valor e classificação corretos, exatamente como aparece no documento fiscal. Excluir um título, apenas porque ele está vencido, é começar a perder o controle do que está devendo.

 

Para empresa que utiliza sistema financeiro contábil, operando no regime de competência, é mais fácil manter tudo registrado, porque o processo exige que tudo esteja no sistema, caso contrário, o balanço patrimonial e a demonstração de resultado, entra em conflito e fica impossibilitado de prosseguir.

 

No regime de competência, os gastos entram no resultado, no momento da ocorrência, independente do pagamento. Assim, quando um gasto ficar sem pagamento e entrar na lista dos atrasados, ele apenas permanece no saldo do passivo, nada afetando o resultado. Aliás, afeta sim o resultado, no momento que este for pago com juro e multa, estas despesas sim, entrará no resultado.

 

Para aquelas empresas que utilizam sistema financeiro não contábil, a pergunta que se faz seria: “o que devo fazer para conseguir operar o dia a dia, sem ter que excluir os títulos do sistema?” Acho que o primeiro passo é entender que, uma coisa é o fato gerador do gasto, e outro fato é o pagamento deste fato.


São duas coisas diferentes, que na mente de muitos empresários, pode acabar se misturando e confundindo, levando a achar que o pagamento e a despesa são uma coisa só. Você tem a despesa reconhecida antes do pagamento e tem a despesa reconhecida após o pagamento. No caso da compra feita pela internet, por exemplo, o dinheiro sai antes do fato gerador, e a nota fiscal chegar com data posterior, as vezes, no outro mês. 

 

Claro que no meio da correria, o empresário, dificilmente conseguirá dedicar tempo e atenção para ficar fazendo o lançamento correto. Acaba fazendo do jeito que dá para fazer naquele momento e a vida que segue. Simplesmente para que fluxo de pagamento fique certo com os títulos baixados, aquele titulo vencido sem pagamento, vira um estorvo, e num ímpeto, manda excluir, para resolver aquele problema, sem se dar conta de que pode estar criando outro problema maior ainda.

 

Mas é possível contornar essa limitação com práticas simples. Uma delas é o uso do recurso de prorrogação: manter a data original de vencimento no sistema, e alterar o campo de “nova data de vencimento”, sinalizando que a obrigação continua válida.

 

E uma outra pergunta seria: “E para que o seu fluxo passado precisa bater?” Se o fluxo é essencialmente futuro? Se você precisa acompanhar os pagamentos efetivamente realizados, então será em outra tela, a da razão, que mostra as movimentações que realmente aconteceram.

 

A principal recomendação é que cada empresa se esforce para encontrar, dentro do seu sistema, uma forma de manter visível todas as pendências, especialmente as de natureza fiscal. Mesmo nos sistemas simples, é possível criar mecanismos para controlar vencimentos passados.

 

Manter os lançamentos corretos no sistema, permite a empresa conservar a capacidade de enfrentar os desafios com números certos. Afinal, deixar de fora do sistema um compromisso, só porque está vencido, resolve o problema? Ignorar, elimina a dívida? Pelo contrário, apenas adia as consequências e torna mais difícil a solução.

 

É preciso, com coragem, enfrentar a realidade, reconhecer suas pendências, e esforçar-se para organizar as finanças, com responsabilidade. Esse é o verdadeiro caminho para quem almeja no horizonte, o alvo de um dia, conseguir pagar todos compromissos no seu vencimento.



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