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SONHO DO CARRO NOVO

  • custoseganhosconsu
  • 4 de out. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de fev. de 2022

Roberto mora na zona norte de São Paulo e trabalha na zona sul. De transporte público, demora duas horas para chegar no trabalho e mais duas horas para voltar para casa. Por isso, com o sonho de otimizar o tempo e ter mais conforto, sonhava com um carro próprio.


Assim, após muita pesquisa, atraído por uma promoção de financiamento, Roberto realizou o sonho e saiu da concessionária de carro novo, equipado com direção hidráulica, ar condicionado e vidro elétrico. Feliz da vida, Roberto passou a fazer o trajeto da casa para o trabalho em uma hora e nos finais de semana saia para passear com a família.


Alguns meses depois se deu conta de que tinha caído em uma armadilha financeira, uma vez que o valor total do financiamento era o equivalente a dois carros e o dinheiro do salário não estava conseguindo pagar tudo: a prestação mensal do financiamento, combustível, seguro e todas as despesas que precisou criar para deixar tudo em ordem.


Sendo assim, começou a viver apertado e a viver tenso com a situação que parecia piorar a cada mês. Até que um dia, voltando do trabalho se envolveu em um acidente. Ninguém se machucou, mas o transtorno foi grande, pois teve que acionar o seguro, guinchar o carro e pagar a franquia do seguro com o dinheiro que não tinha, entrou no limite do banco, passou a andar a pé durante o conserto e voltou a andar de ônibus.


Com o carro pronto, Roberto retomou a rotina de ir trabalhar com o carro, até que a situação com a dívida no banco ficou insustentável e decidiu parar com tudo. Como o financiamento estava na metade, tentou vender o carro, mas ninguém queria assumir a dívida das parcelas faltantes. Até que conseguiu vender em uma loja por um valor que poderia trocar com o saldo devedor.


Apesar de Roberto sair sem nada no bolso ficou aliviado por não ter mais que arcar com a dívida. Os amigos disseram que ele teve sorte de conseguir quitar a dívida com o valor do carro, pois em muitos casos além do valor do carro ser inferior a dívida do banco, a pessoa tem que entregar o carro de graça e ainda pagar o que falta para quitar a dívida.


Essa situação fez com que Roberto entendesse que ele se deixou levar pela facilidade do financiamento e que comprou o que não precisava como ar condicionado, direção hidráulica e vidro elétrico, que embora pareça pouco, elevou o valor do financiamento. Roberto entendeu que se segurasse o ego, tivesse pé no chão e humildade no coração, teria comprado uma versão mais simples e evitaria todos os problemas que teve.


A segunda lição que ele aprendeu foi que se ele tivesse poupado o valor da prestação, teria conseguido, na metade do tempo do financiamento, juntar dinheiro suficiente para comprar à vista o mesmo bem. E a terceira lição que ele aprendeu foi que para comprar um carro é preciso fazer um orçamento de gasto mensal e anual e estar preparado para o valor que irá entrar mensalmente no orçamento. O que fez com que ele entendesse que o sonho de um carro novo, pode custar muito caro se não for racional.


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