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FLUXO DE ENTRADAS E SAÍDAS, AS LIMITAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO

  • custoseganhosconsu
  • 16 de abr. de 2024
  • 3 min de leitura

O modelo de demonstração financeira, baseado no fluxo de entradas e saídas, só é eficaz quando o empreendimento gera receita de vendas suficiente para cobrir as despesas do dia a dia.

 

Quando faltam recursos financeiros na operação diária, levando à necessidade de recorrer a novos investimentos dos sócios, prorrogar os pagamentos das duplicatas dos fornecedores, buscar empréstimos de capital de giro nos bancos ou, em último caso, chegar até mesmo a atrasar o pagamento de impostos para atender às necessidades financeiras diárias, isso torna o controle do fluxo de entradas e saídas mais complexo.

 

A entrada vinda do socorro financeiro, seja dos sócios ou de empréstimos bancários, acaba se misturando com o valor das entradas das vendas. Aí, começa a necessidade de separar as entradas em dinheiro proveniente das vendas de mercadorias, daquelas que não fazem parte das entradas de dinheiro por capacidade própria da operação."

 

O dinheiro proveniente de novos investimentos dos sócios, faz parte do fluxo de caixa, mas não integra o resultado da operação. Portanto, é necessário separá-lo e lançá-lo mais abaixo, após o resultado operacional, tendo como contrapartida a conta de capital ou empréstimo dos sócios. Da mesma forma, se o dinheiro provier de empréstimos bancários, também será lançado no fluxo de caixa, abaixo do resultado operacional, junto ou separado do dinheiro proveniente dos sócios.

 

Agora, a fonte de dinheiro que mais gera dúvidas na hora de registrar são os recursos provenientes da prorrogação com fornecedores ou da não quitação de impostos. Nesses casos, não se observa o dinheiro entrando diretamente; a fonte se apresenta de forma indireta, pela ausência de saída de pagamentos. Como já mencionamos anteriormente, ao deixar de pagar um compromisso, isso resulta em um "lucro" devido à não saída de dinheiro, criando a impressão de uma redução na despesa. 

 

Como deve ser registrada essa fonte? No caso da prorrogação com fornecedores, geralmente, a data de vencimento é adiada para mais tarde, o que adia o problema para o futuro próximo, em termos de gestão do fluxo de caixa. No caso do não pagamento de impostos, é importante ter cuidado para não esquecer de registrar as guias que foram adicionadas à lista de atrasos. Na maioria dos casos em que se chega a esse ponto, no fluxo de caixa, acaba-se não registrando esses valores para o futuro, devido à falta de previsão de quando será possível efetuar os pagamentos.

 

A essa altura, já é possível perceber que a demonstração de resultado pelo fluxo de entradas e saídas ficou comprometida. A confiança nos dados é perdida, pois não se sabe mais o que deixou de ser pago e quanto isso alterou o resultado. Esse pode ser um dos motivos da falta de direcionamento e da perda de controle, semelhante à dificuldade de enxergar quando se entra em uma neblina.

 

É quando o empreendedor começa a perceber que apenas o fluxo de entradas e saídas, como instrumento de navegação, é insuficiente. Ele precisa de mais ferramentas para não enlouquecer tentando dominar os lançamentos que começam a escapar de seu controle."

 

É quando entram em ação mais dois instrumentos de controle financeiro: o balanço patrimonial e a demonstração de resultado. O imposto que deixou de ser pago permanece em aberto, com seu valor original, sem multa e sem juros, na conta Impostos a Pagar, dentro do balanço patrimonial, no lado do passivo. Está no passivo porque foi lançado no resultado no mês de competência correta. Da mesma forma, os vencimentos de fornecedores que foram prorrogados permanecem no balanço, na conta Fornecedores a Pagar, até a quitação, pois no mês da compra, este foi lançado no estoque ou na compra da mercadoria a ser vendida.

 

O fluxo de caixa é apenas a execução financeira dos compromissos que já foram contabilizados nas contas corretas no mês em que ocorreram. Por isso, costuma-se dizer que qualquer pagamento não afeta o resultado. Isso mesmo, se você paga um imposto que estava atrasado, isso não é despesa. É apenas saída de dinheiro, porque a despesa foi assumida no mês correspondente a esse imposto.

 

Por isso, senhores empreendedores, mais cedo ou mais tarde, vocês precisarão transitar pelos três instrumentos: o balanço patrimonial, a demonstração de resultado e o fluxo de caixa. Quanto mais cedo aceitarem essa ideia e começarem a usar essas ferramentas a seu favor, mais rápido estarão fortalecendo seu controle financeiro para a continuidade sustentável de seus negócios.



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